Soluções que ajudam ao meio ambiente e aplicações estéticas diferenciadas com TIJOLOS ALTERNATIVOS
Continuamos nossa saga sobre tijolos! Nesta outra matéria AQUI falamos sobre os tijolos mais usados na construção civil, principalmente os Tijolos Cerâmicos e os Tijolos de Concreto. Sabemos do protagonismo destes materiais em uma obra, uma construção sem tijolos é difícil de se pensar. Entretanto precisamos ter a mente aberta inclusive neste padrão pois existe uma variedade de tijolos que se apresentam como excelentes alternativas para projetos diferenciados. Quem abre os caminhos para estes outros tipos tijolos são o design e a sustentabilidade.
Mesmo com todos os avanços tecnológicos, o processo que ocorre nas olarias e nas fábricas de cimento para tijolos tradicionais ainda emite dióxico de carbono (Co2) em quantidade significativa, um dos principais gases causadores do efeito estufa e do aquecimento global. A construção civil já está atenta e buscando soluções. Além da consciência científica, através de tendências arquitetônicas de estilo, o incentivo a materiais que causem menor impacto é também importante. Nos exemplos a seguir vamos ver que é possível utilizar outras matérias primas ou reduzir a quantidade de material na produção de tijolos.

Estão em um mercado de expansão, começam a ter um padrão de formato, mas possuem variações de composição, os tijolos ecológicos tem como principal objetivo reduzir o impacto ambiental. Para isto, os engenheiros desenvolvedores se inspiram na própria natureza, como os pássaros que constroem ninhos com palha, barro, crina e gravetos. Os materiais para produzir os blocos prensados podem ir de papel, a garrafas PET, fibras de coco, bagaço da cana e até resíduos industriais. O conceito por trás vai além dos tijolos, chama-se bioconstrução, internacionalmente temos como exemplo as EarthShips, que são as casas sustentáveis feitas até com pneus, garrafas e latas.
Tijolos ecológicos também levam em consideração o encaixe e a aparência, assim a quantidade argamassa diminui e não é preciso fazer reboco ou cobertura. Por passarem por diversos estudos para serem comercializados, geralmente possuem grande capacidade de isolamento térmico e acústico. E quais são as desvantagens? Dependendo do material, podem não ser tão indicado para regiões úmidas. Alguns tipos podem ter valor mais elevado, relativo às técnicas de produção mais cuidadosas. Também exigem uma mão de obra especializada, devido sua condição muito específica.
O tijolo do tipo adobe, ou simplesmente adobe, pode ser considerado um tijolo ecológico antes da criação moderna do termo. Ele é feito de terra crua, palha, fibras naturais (como esterco de gado) e água. As peças são moldadas manualmente e cozidas ao sol. Este tipo de tijolo está diretamente relacionado a história do nosso país, muitas cidades do Brasil colonial possuem casas feitas com adobe e permanecem imponentes esbanjando estilo. Mesmo hoje não sendo tão prático e usual, suas vantagens são as mesmas dos tijolos ecológicos. Não é necessário grande quantidade de energia para sua produção, é um sistema limpo, e nas construções garantem grande isolamento térmico, além de absorver 30 vezes mais umidade que os tijolos tradicionais. Esta capacidade de absorção pode virar uma desvantagem, visto que podem se desintegrar facilmente em contato direto com a chuva, por isto, exigem uma proteção e não são indicados para regiões úmidas. De tão rústicos, não são indicados para edifícios com mais de um pavimento e também podem apresentar facilmente rachaduras, quando muito secos.

São blocos de concreto leve, tem aspecto de uma espuma endurecida, geralmente utilizado em alvenarias internas de edificações. Na sua produção é incorporado uma espuma ou agente de expansão na mistura de cimento, areia e água. Ele se caracteriza como um tijolo alternativo pois seus blocos utilizam menos concreto na sua composição. Por ser até 60% mais leve que os blocos tradicionais e ter uma vida útil elevada, sua utilização merece ser considerada. Além de melhorar a produtividade, pois o trabalho das equipes, manuseio e logística são facilitados. Eles também oferecem um bom desempenho acústico e térmico, porém, por ser um material poroso, possuem menor resistência à compressão. Outra desvantagem é o uso restrito pois com esta perda de potência mecânica, não deve ser sobrecarregado de forma estrutural, além de ter o custo mais elevado, algumas vezes, pelo uso de agentes expansivos na composição.

Estes são os grupos de tijolos diferenciados pela questão decorativa. Possuem designs exclusivos, cores, materiais, estampas, acabamentos e formatos especiais. Tradicionalmente, temos os tijolos à vista de cerâmica e concreto com formas vazadas muito utilizados em cobogós. Eles fazem grande diferença estética, mantendo de certa forma a privacidade, facilitam a circulação de ar proporcionando conforto térmico. Em casas contemporâneas, ganham acabamentos esmaltados e refinados, sendo excelentes para divisórias integradas de ambientes. Também temos nesta categoria os tijolos de vidro, que contribuem com a iluminação natural. Usados com bom gosto, se destacam em paredes inteiras translúcidas, em vãos estratégicos e até substituindo o box no banheiro.
Esta é a série CONSTRUÇÃO – TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER. Estamos falando das diversas etapas, tipos de materiais, técnicas e dicas inteligentes feitas pelo Engenheiro Civil Bruno Cardoso. Estes são alguns assuntos tratados: fundação, concretos, alvenaria, coberturas, telhados, passaremos pelas instalações (hidráulica, elétrica e estrutural), pisos, pinturas, aberturas, revestimentos, metais, louças, até materiais de acabamento. Estamos simplificando alguns termos para aproximar a todos os interessados e curiosos ao universo da construção. Acompanhe nossas matérias e depois, mãos à obra!