INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – Uma visão geral e alguns conceitos para você entender o básico
As Instalações Elétricas são uma das partes fundamentalmente importantes da obra, a partir delas que virão as principais fontes de energia da sua construção. Elas compreendem a implementação física dos componentes das ligações elétricas (conjunto formado por fios, cabos e outros acessórios com características coordenadas entre si), assim como a conexão entre a fonte geradora de energia elétrica e as cargas elétricas. De maneira simples, a fonte geradora vem da concessionária e as cargas são os elementos que conectamos nas tomadas. Tudo deve ser feito com muita atenção para manter a segurança das pessoas que frequentam aquele ambiente.
A vida atual se torna praticamente inviável sem a eletricidade: carga para celular, gadjets, Wi-fi/Internet, banho quente, Tv, conservação de alimentos na geladeira, eletrodomésticos essenciais… Mas para tudo isso funcionar bem, a rede deve ser muito bem projetada e executada, evitando assim choques, curtos circuitos, incêndios e danos perigosos. Somente com o acompanhamento de um engenheiro responsável, de um bom arquiteto e um instalador competente você, seu imóvel e todas as pessoas relacionadas estarão em segurança.
As instalações elétricas podem ser mais básicas como as residenciais e comerciais, ou mais complexas como as prediais e industriais. A instalação de baixa tensão é a mais utilizada, mas existem as de alta tensão e tensão reduzida, ou extra baixa. Focando nas instalações de baixa, elas atuam em corrente alternada, utilizando das cargas dos próprios eletrodomésticos e eletrônicos. Elas devem ser iniciadas na fase de concretagem, indo até à etapa da pintura (quando são instalados os espelhos das tomadas e os interruptores). Os materiais como fios, cabos elétricos, disjuntores, soquetes e tomadas devem estar de acordo com a certificação de conformidade do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
O projeto elétrico determina o porte da instalação, ele é elaborado por engenheiro especializado e vai definir todos os detalhes: pontos de luz, circuitos, materiais específicos, avaliar necessidades de cada ambiente e possíveis aparelhos eletrônicos instalados. Na parte do projeto é que se estrutura o corpo do circuito elétrico, se define o quadro de distribuição de energia e os dispositivos de proteção que serão utilizados. É um complemento indispensável para a construção da sua obra e que evita muitos problemas futuros.
São utilizados para proteger os condutores elétricos, são resistentes ao fogo e calor e realizam as curvaturas necessárias permitindo a passagem da fiação sem quebras. São chamados de dutos, eletrodutos ou conduítes, porém a norma utiliza a nomenclatura “eletrodutos” e não “conduítes”. Eles podem ser rígidos, flexíveis corrugados e flexíveis planos; podem ser instalados interna ou externamente. De maneira geral, o rígido é recomendado para lajes e concretados, mas predominam os flexíveis na maior parte das instalações.
Eles conduzem a corrente elétrica, porém o que diferencia um fio de um cabo é a flexibilidade, já que a capacidade de condução de corrente é igual. A composição dos materiais geralmente é cobre revestido por plástico ou borracha isolante. Fios são feitos de um único filamento e são mais rígidos. Cabos são a junção de diversos filamentos finos, o que proporciona mais flexibilidade e facilidade na colocação dentro dos eletrodutos. A escolha é feita de acordo com a preferência do projetista, mas precisa levar em consideração a seção, temperatura, tensão de isolamento e número da norma que especifica as características técnicas referidas.
Há uma norma de cores padrão para circuitos de baixa tensão conforme a norma NBR 5410:
- Azul-claro: o condutor utilizado como neutro
- Verde ou verde-amarelo: é o fio terra ou proteção, cabo de aterramento
- Preto, vermelho, branco ou outras cores exceto as anteriores: os condutores fase
Os tipos de cabos elétricos podem ser: condutor isolado, unipolar e multipolar. Então, o condutor isolado é o fio ou cabo dotado apenas de isolação. O cabo unipolar é um cabo constituído por um único condutor isolado e dotado, no mínimo, de cobertura. E o cabo multipolar é constituído por dois ou mais condutores isolados e dotado, no mínimo, de cobertura (os condutores isolados constituintes dos cabos unipolares e multipolares são chamados de veias).
Eles são os dispositivos de segurança contra sobrecargas e curtos-circuitos, os disjuntores têm a função principal de proteger as instalações elétricas, desligando a energia automaticamente toda vez que a capacidade dos condutores for ultrapassada. É um alerta para que se verifique o problema, resolver e daí sim permitir que a energia seja religada. Eles podem ser unipolar, bipolar ou tripolar. Os tipos termomagnéticos são os mais comuns, seguindo as normas técnicas NEMA (mais antigos e nem tão eficientes) ou DIN (tecnologia mais moderna, mais compactos e alta eficiência de proteção). Outro ponto de atenção é a curva de atuação que eles exercem, as mais comuns são B e C. Os disjuntores curva B são para circuitos com cargas resistivas (aquecedores, chuveiros, torneiras elétricas…); os disjuntores curva C são para cargas indutivas e motores, além dos circuitos de tomadas de uso geral (ar condicionado, máquinas de lavar roupas, fornos micro-ondas, circuitos de iluminação…).
Estes são algumas informações básicas e mais adiante iremos nos aprofundar em outros detalhes sobre instalações elétricas. De qualquer maneira, fique atento às especificações de eletricidade que cada ambiente precisa ter: geralmente os cômodos inferiores a 6m² precisam de carga mínima de 100VA e os cômodos superiores a 6m² precisam de uma carga mínima de 100VA mais 60VA para cada 4m² acrescido. Mais umas dicas rápidas: banheiros precisam ter pelo menos uma tomada; em cozinhas, copas, áreas de serviço e lavanderia, é indicado pelo menos um ponto de tomada para cada 3,5m; e nas salas costuma-se disponibilizar pelo menos uma tomada a cada 5m.
Esta é a série CONSTRUÇÃO – TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER. Estamos falando das diversas etapas, tipos de materiais, técnicas e dicas inteligentes feitas pelo Engenheiro Civil Bruno Cardoso. Estes são alguns assuntos tratados: fundação, concretos, alvenaria, coberturas, telhados, passaremos pelas instalações (hidráulica, elétrica e estrutural), pisos, pinturas, aberturas, revestimentos, metais, louças, até materiais de acabamento. Estamos simplificando alguns termos para aproximar a todos os interessados e curiosos ao universo da construção. Acompanhe nossas matérias e depois, mãos à obra!