Nada de passar uma massinha e pintar por cima, estas frestas são um recado que sua construção está pedindo ajuda; melhor prestar atenção a esta patologia. As fissuras são aberturas com espessuras inferiores a 0,5mm e que causam perda parcial da uniformidade de superfícies sólidas. Elas podem aparecer em paredes ou partes estruturais da construção, como vigas, pilares, lajes e são um alerta para que se investigue os motivos. Hora de contatar um engenheiro.

Mas existe diferença entre os nomes? Quando que a situação realmente complica? De modo geral as fissuras, trincas e rachaduras são a mesma coisa, o que as difere é o tamanho e o “tempo de vida” desta abertura. As FISSURAS são o primeiro estágio desta manifestação patológica, são as mais finas e alongadas, geralmente superficiais. As TRINCAS, ocorrem na sequência, quando esta abertura aumenta (entre 1 e 3 mm) dividindo, por exemplo, as paredes em duas partes distintas. Já as RACHADURAS ou FENDAS são o estágio mais elevado, com aberturas acima de 3 mm, por onde podem passar água da chuva.

De modo geral, estas frestas acontecem quando as tensões que a superfície precisa resistir são inferiores às deformações. A diferença entre as forças faz com que aconteça alívio no sistema, gerando as pequenas aberturas. As causas para esta manifestação patológica podem ser diversas: recalque das fundações; esmagamento de elementos construtivos (sobrecarga é um deles); falhas de cálculo da estrutura e má execução. A origem do problema também pode ser por motivos externos, como movimentação/trepidação do solo em virtude da execução de obras nas proximidades.

Algumas destas falhas, ao longo do tempo, estabilizam e não aumentam. Estas são chamadas de fissuras passivas. Já as ativas precisam de mais atenção, pois apresentam movimento de aumento constante e evolução preocupante. Os riscos somente podem ser avaliados por profissionais habilitados. Um engenheiro civil pode indicar o risco efetivo de uma fissura ou rachadura além de apresentar as medidas preventivas; salientando que quanto antes o tratamento for feito, maior será a segurança e a economia de investimento. Situações extremas podem levar ao colapso da construção com graves acidentes, por isto, não opte por reparos paliativos, busque sempre o reparo efetivo.

COMO TRATAR?
Conheça e resolva a situação dos motivos. Saber a origem é o primeiro passo para recuperação. Com a raiz do problema sanada, o tratamento das superfícies que sofreram com a patologia é iniciado. Aplicar selantes flexíveis é uma das opções para os casos mais simples, pois eles são capazes de absorver as tensões. Para problemas com proporções maiores, geralmente se recomenda abrir a fissura e preenchê-la com impermeabilizantes e selantes. Cada fissura possui um tratamento específico podendo resultar em problemas estruturais, desta forma, contratar um engenheiro habilitado junto ao Conselho Regional de Engenharia sempre é a melhor opção.